MIC Festival – Movimento de Informação e Conscientização sobre as doenças reumáticas, que acontece de 22 a 26 de setembro de 2021, recebeu hoje no auditório 01, em seu primeiro dia de transmissão AO VIVO, a presença digital de ilustres convidados para a Roda de Prosa sobre o tema: Por que as crianças também têm artrite?
A reumatologista Adriana Azevedo, membro do Comitê de Reumatopediatria da Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro (Soperj) e presidente do Grupo de Trabalho de Febre Reumática da mesma Sociedade, abriu a roda de prosa destacando a jornada da criança com doença reumática e abordou alguns mitos, situações e dúvidas que surgem desde o início dos sintomas até o diagnóstico.
Para compor essa prosa, contamos também com a presença da psicóloga clínica Carla Ribeiro, que trabalha com a Abordagem Cognitiva Comportamental. Carla nos trouxe o resgate de lembranças e desafios que uma pessoa com artrite idiopática juvenil acaba enfrentando ao longo da vida, por meio da vivência da paciente Egle Cristine, diagnosticada aos 8 meses de idade, e de Juliana da Silva, mãe da Tainá da Silva, diagnosticada aos 7 anos.
De um lado, foi possível ouvir a experiência de vida de uma pessoa que nunca soube o que é viver sem um diagnóstico de doença reumática. Do outro, a de uma mãe de uma criança que está aprendendo a conviver com uma doença crônica.
Quando se trata de patologia que afeta uma criança, tendemos a nos sentir incapazes de oferecer o cuidado necessário e tentamos, de toda maneira, protegê-la da vida. Contudo, essa superproteção pode não ser boa para o desenvolvimento da criança, que acaba não conseguindo identificar e desafiar seus limites vivendo novas experiências devido ao medo da dor.
Fato muito marcante durante a Roda de Prosa foi o diálogo de Egle Cristine com sua mãe, exatamente sobre os desafios da vida. Em seu depoimento, ela falou que, muitas vezes, seus pais tentavam superprotegê-la de qualquer coisa que a fizesse “quebrar”.
“Mãe, não adianta me superproteger com medo de eu me quebrar, porque se eu não me quebrar aqui, a vida vai acabar me quebrando de alguma maneira, porque isso é inevitável”, contou.
A partir dessa experiência podemos entender melhor que, sim, é importante identificar e cuidar, mas também preparar a criança para que ela seja capaz de qualquer coisa, de brincar, estudar, namorar, construir uma carreira, etc., sempre respeitando e conhecendo os seus limites.
Mais tarde, tivemos também a ilustre presença do reumatologista pediatra Claudio Len, formado pela Santa Casa de São Paulo e Professor Associado do Departamento de Pediatria da Escola Paulista de Medicina na Universidade Federal de São Paulo. Ele também integra o Corpo Clínico do Hospital Albert Einstein e é fundador e presidente da Acredite Amigos da Criança com Reumatismo.
Em sua abordagem, Len falou sobre “Quando pensar em reumatismo na infância e na adolescência”. De acordo com ele, “toda dor da criança deve ser investigada se persistir, é importante saber identificar quando uma dor é proveniente de uma doença reumática ou não, pois muitas vezes, quando uma criança reclama de dor, acaba-se tratando como ‘dor de crescimento’ e a criança acaba lesionando mais suas articulações, até que se chegue a um diagnóstico preciso. Isso nos traz um alerta muito importante para a necessidade de um olhar mais atencioso às crianças”, afirmou.
Essa aula ministrada por Claudio Len, a Roda de Prosa, o MIC Games e o primeiro Episódio da Minissérie Diário de Olívia você pode assistir no youtube https://youtu.be/kNJV85q8XtU e também no facebook https://fb.watch/8boR1hjWCV